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Neste ensaio, Barbara Cassin faz uma análise ao mesmo tempo acadêmica e pessoal das origens do sentimento de nostalgia e das relações entre pátria, exílio e língua materna. A pergunta que orienta sua escrita é: quando, afinal, nos sentimos em casa?
De início, a filósofa procura descrever a sensação estranha que experimenta sempre que chega à Córsega. Mesmo não tendo parentes nem raízes nessa ilha do Mediterrâneo, “nostalgia” é a palavra que lhe ocorre para descrever a hospitalidade, a experiência do cosmos, “ordem e beleza”, provocadas por seu contorno e seu horizonte.
Para Cassin, a nostalgia tem sempre duas faces: enraizamento e errância. Na primeira parte do livro, examina cenas primitivas do poema de Homero que narra o “retorno impossível” de Ulisses a Ítaca; entre elas, a cena que realiza a explosão literal da metáfora do enraizamento e que está na base da nostalgia: o leito nupcial de Ulisses e Penélope encontra-se, com efeito, cavado no tronco de uma árvore, permanecendo ligado às suas raízes .
Em seguida, a autora discorre sobre a errância de Eneias, na obra de Virgílio, que culmina na fundação de Roma e na exigência de um “falar a língua do outro”; aqui, a língua se torna critério de identidade mais relevante do que o solo ou o território.
Por fim, Cassin reflete sobre o exílio de Hannah Arendt, a filósofa alemã que, mesmo como cidadã norte-americana, sempre cultivou o amor pela língua materna, sua “verdadeira pátria”, seu espaço de permanente invenção onde se localizavam “raízes aéreas”.
Entre os objetivos deste pequeno livro, como propõe a autora, está o de “fazer da nostalgia uma aventura totalmente diferente que nos conduza ao limiar de um pensamento mais amplo, mais acolhedor, de uma visão do mundo livre de todos os pertencimentos”.